quinta-feira, 7 de março de 2013

CCJ propõe revisão do funcionamento de comissões permanentes


Uma mudança pontual proposta no Regimento Interno do Senado Federal (Risf) suscitou, ontem (6), discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) sobre o funcionamento das comissões permanentes da Casa.


Projeto de resolução (PRS 41/2011) apresentado pelo senador Cyro Miranda (PSDB-GO) proíbe a realização de audiências públicas e reuniões de subcomissões e comissões temporárias do Senado simultaneamente às reuniões ordinárias das comissões permanentes. O projeto delega à Mesa do Senado a coordenação desta agenda, na tentativa de evitar eventual coincidência de horários.

Vista

Autor de pedido de vista da matéria, o senador José Pimentel (PT-CE) acredita que o problema vai além das audiências públicas e reuniões de subcomissões e comissões temporárias. Caso o projeto fosse aprovado sem mudanças, Pimentel argumenta que só restariam a segunda e a sexta-feira - dias em que não há reuniões ordinárias de comissões permanentes - para realizar reuniões de comissões mistas destinadas à análise de medidas provisórias (existem 23 funcionando no momento) e de comissões parlamentares de inquérito (CPIs), por exemplo.

- Deveríamos pedir vista para fazer uma reflexão mais aprofundada - argumentou.

Os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR) e Pedro Taques (PDT-MT) acreditam ser necessário valorizar o trabalho das comissões permanentes, ampliando-se a aprovação de propostas em decisão terminativa para desafogar as votações em Plenário. Também defendem o agendamento de reuniões ordinárias nas segundas e sextas-feiras. Taques condenou, entretanto, a delegação da agenda das comissões para a Mesa do Senado, pelo risco de se burocratizar este trabalho.

Constrangimento

Além da falta de qualidade nas votações, Cyro Miranda chama atenção para outro problema causado pela sobreposição de reuniões: o constrangimento de fazer audiências públicas sem a presença sequer do senador requerente.

- Nós não podemos continuar convivendo com esse corre-corre - desabafou.

A queixa também tem o respaldo do relator do PRS 41/2011, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

- A situação atual é insustentável e tem inviabilizado a coordenação das agendas dos senadores, que não têm condições objetivas de comparecer às diversas reuniões de comissões e subcomissões. A solução dada pelo autor do projeto nos parece totalmente adequada. Efetivamente, sem impedir o funcionamento dos demais colegiados, é necessário priorizar as reuniões ordinárias das comissões permanentes - sustentou.

Os senadores peemedebistas Sérgio Souza (PR), Waldemir Moka (MS) e Luiz Henrique (SC) também defendem mudanças que possam tornar o trabalho das comissões permanentes mais eficiente.

Se aprovada pela CCJ, a proposta seguirá para exame da Comissão Especial de Reforma do Regimento Interno.

Fonte: Senado Federal

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